domingo, 26 de outubro de 2014

Eu não sei (Experimento 2)

Eu não sei. Eu não sei como  acordar na madrugada e voltar a dormir. Nem amanhecer ao tocar do despertador e não ficar minutos deitado na cama perdendo o tempo e me atrasando para o trabalho. Só por pensar em você. Eu não sei preparar o meu café da manhã predileto e ter a mínima vontade de comer, só por pensar em você. Eu não sei andar pela calçada e perceber qualquer pessoa que venha em minha direção, só por lembrar do teu rosto, do teu sorriso, da tua voz. Eu não sei pôr os fones no ouvido e escolher qualquer uma das músicas da minha playlist sem exitar por um tempo, porque todas me trazem uma necessidade incontrolável por você. Aliás, até consigo: o mesmo álbum da Cássia Eller que toca há mais de um mês pela falta de coragem de tentar ouvir as outras coisas. A Eller é a única que me deixa passar incólume. Depois de você, trabalhar é uma tarefa difícil. Depois, comer é uma tarefa difícil. Conversar também é difícil. Estar alegre, impossível. Depois de você, ninguém no mundo se faz interessante aos meus olhos. Eu não sei. O que faço. Eu não sei. Como fico bem. Com a incerteza. Sobre mim. Sobre você. Sobre nós. Eu não sei. Lidar. Com. A quase certeza. De que não. Há um nós. Fico mesmo sem saber. Só o que sei: teus olhos; cabelos; tua pele; tua boca; teus beijos; teu corpo; teu cheiro; tua voz; teu calor; teu carinho; teu ser; tua presença; teu riso; teu grito; tuas histórias; teu gosto; tua imperfeição mais que perfeita; você. Te esquecer é tudo. Tudo o que eu não consigo saber.

Nenhum comentário:

Postar um comentário